Consórcio de Carros e Imóveis: Valem a Pena?

consorcio
Sem recursos para comprar à vista e ansiosos pelo consumo, muitos brasileiros veem no consórcio de carros e de imóveis uma saída para evitar as altas taxas de juros dos financiamentos tradicionais.

O sonho da casa própria ou do carro novo fazem com que o consórcio seja uma alternativa muito procurada pelas pessoas para conseguir conquistar seus objetivos de consumo.

Porém, temos que entender como ele funciona, para sabermos se essa é uma boa opção para o nosso bolso.

Se você tem interesse em entrar em um grupo de consórcio, seja ela de uma casa ou um carro…

… continue lendo que vamos te contar tudo que você precisa saber para não sair no prejuízo com a escolha, ok?

Conteúdo

O Que é um Consórcio?

Antes de tudo, é importante entender que o consórcio não é um investimento, mas apenas um meio de conseguir comprar algo.

É uma poupança coletiva que de tempos em tempos contempla um dos participantes com um valor para ser utilizado na aquisição de um determinado bem.

Consórcios, basicamente são grupos formados por diversas pessoas com um desejo de investimento em comum.

Pode ser um imóvel, um carro, moto ou até uma cirurgia plástica.

investidor sis

Nesses consórcios, os integrantes do grupo fazem depósitos mensais em uma conta e, periodicamente, com o dinheiro acumulado, alguém recebe uma carta de crédito.

Essa carta dá a pessoa o direito de adquirir o bem pelo qual ela estava pagando.

Como Funciona?

consorcio de carros

Os consorciados são vinculados a um determinado bem específico e pagam frações do valor do bem por vários meses.

A cada mês, a soma das prestações pagas por alguns participantes viabilizam a compra de um ou mais bens, cuja entrega aos consorciados será feito por meio de carta de crédito, por sorteio ou em decorrência de um lance que supere os demais consorciados.

Estes lances funcionam como uma antecipação das parcelas e é uma forma de ser contemplado mais rapidamente, desde que seu lance seja o maior.

A carta de crédito será usada pelo consorciado para comprar o bem que atender a sua necessidade.

Para administrar esse processo, a administradora cobra uma taxa, que é embutida no valor de cada prestação paga.

Uma vez sorteado, o consorciado não participa mais do sorteio, mas tem que continuar pagando até completar o valor total devido.

Vantagens e Desvantagens

Como todo produto financeiro, o Consórcio possui suas vantagens e desvantagens.

Assim, temos que ficar atentos para não cair no conto da carochinha do marketing…

…e simplesmente acreditar no que o vendedor nos diz.

Afinal, além do vendedor, muitas vezes, utilizar o lado emocional para te convencer, ele pode até não mentir, mas pode muito bem omitir informações para o que produto em si pareça muito mais atrativo.

Consórcio Não tem Juros:

consorcio de imoveis

O grande atrativo dos consórcios e a principal maneira como ele é vendido, é como uma maneira de comprar um bem sem juros.

De fato, não há juros nos consórcios.

Porém, não haver juros não quer dizer que não há um custo. E alto!

De maneira geral, um consórcio costuma cobrar de 15 a 20% de taxa de administração, além de 1 a 2% de fundo de reserva.

Ou seja, de cada boleto que você paga mensalmente, apenas 73 a 84% do valor irá realmente para a carta de crédito e para a compra do bem em questão.

O restante ficará com o administrador do grupo.

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Outra taxa que pode existir é a taxa de adesão.

Não raramente você encontra administradoras oferecendo a mesma modalidade de consórcio, com mesmo prazo, mas com taxa de administração mais baixa que a concorrente, porém exigindo uma taxa de adesão, também chamada taxa de entrada.

Ou seja, apenas pelo fato de serem mais baratos que um financiamento de mesmo período, não faz do consórcio uma alternativa barata…

…o faz, no máximo, menos caro!


(Leia também: Financiar a Casa Própria ou Morar de Aluguel: O que é Melhor? )


Vamos ver como funciona na prática e simular esses custos de um consórcio daqui a pouco…

Na média, as pessoas aguardam cerca de 30 meses para receber o bem contratado em consórcio.

Nesse meio tempo, o consórcio usa o dinheiro do cliente sem pagar rendimentos e ainda cobra por sua “gestão” dos recursos no período.

Uma pessoa pode pagar o consórcio por anos sem usufruir do bem, pagando taxas para o consórcio no lugar de receber juros pela sua economia.

Obrigação de Poupar

Outro argumento bastante comum é de que o consórcio te obriga a poupar.

De fato, ele te obriga a poupar, porém essa obrigação tem um custo, conforme vimos acima.

Assim, será uma poupança com taxas, e não com retornos para o poupador.

Recebimento do Bem

Em um consórcio, uma grande desvantagem é que você não recebe o bem na hora, somente quando for contemplado.

Ou seja, quem entrar em um consórcio de 200 meses, pode ter que esperar todo esse tempo para ser contemplado.

Até lá estará “poupando” dinheiro sem receber juros (na verdade pagando uma taxa) e perdendo o custo de oportunidade de o mesmo dinheiro estar aplicado e rendendo juros para um compra a vista ou para qualquer outro objetivo.

Uma vantagem do consórcio (imobiliário), é que você pode utilizar o seu Fundo de Garantia (FGTS) para dar um lance. Desta forma você aumenta o valor do lance e suas chances de ser contemplado.

Pouca Flexibilidade para Desistência

Caso você simplesmente pare de pagar (seja por necessidade ou por desistência do plano), só será viável vender sua cota a terceiros se você tiver sido contemplado com a carta de crédito.

Caso contrário, dificilmente encontrará interessados.

Com o passar do tempo e sem ser contemplado, o consórcio tende a se mostrar cada vez pior.

Neste caso, você só terá 2 opções:

  1. Continuar pagando e adquirir a carta de crédito sabe lá Deus quando; ou
  2. Interromper os pagamentos e aguardar o final do grupo para receber o que pagou (menos os custos), com a correção monetária proposta em contrato.

Riscos

financiamento

Sempre que estiver colocando seu dinheiro em jogo, é muito importante se ater aos riscos presentes no tipo de alocação escolhido.

No caso do consórcio, uma questão que temos que ficar atentos é em caso de falência da administradora do consórcio.

Se a administradora falir você além de não obter a carta de crédito ainda não recupera o dinheiro pago ate então.

Portanto, vale a pena buscar empresas sérias e de confiança.

O site Konkero, fez uma lista com as 16 empresas de consórcio com melhor avaliação no site Reclame Aqui. Você pode acessar a lista aqui.

A fiscalização dos consórcios é feita pelo Banco Central do Brasil (BC). De acordo com a Lei nº 11.795/2008, ele é a autoridade competente para normatizar e fiscalizar o Sistema de Consórcios no Brasil.

No site do BC, você pode encontrar a lista das instituições cadastradas.

E atenção: antes de assinar o contrato, leia atentamente todas as cláusulas para conhecer seus direitos e obrigações.

Lance Rápido

Muitas pessoas já adquirem o consórcio pensando em dar um lance, a fim de obter a carta de crédito e consequentemente o bem, em pouco tempo e com menor custo que em um financiamento.

Antes de entrar em um consórcio, converse bastante com o especialista que o negocia, a fim de obter referências sobre o valor a ser ofertado como lance para adquirir a carta de crédito em poucos meses.

Porém, é importante ficar atento a alguns detalhes antes de decidir por esta estratégia:

  • Garanta que você não precise do bem em alguns meses. Afinal sua estratégia pode dar errado se pessoas derem lances maiores, por exemplo;
  • Considere que, no começo do grupo de consórcio, os lances costumam ser elevados, pois vários consorciados estarão disputando o resgate do valor da carta de crédito;
  • Atente para o valor sugerido pelo vendedor como lance razoável para o resgate. Quando, por exemplo, a informação é de que 40% do valor do bem é suficiente, normalmente não se considera a taxa de administração do consórcio, que também fará parte do lance.

Exemplo:

Se seu consórcio é de uma carta de crédito de R$100 mil.

Uma reserva de R$50 mil não corresponde a um lance de 50%.

É preciso somar com a taxa de administração e com o fundo de reserva (recurso que visa garantia a liquidez do consorcio, ou seja, que o grupo não será desfeito em decorrência da inadimplência de um ou de outro).

Em outras palavras, o cálculo do lance é feito sobre o valor da dívida e não do valor da carta de crédito.

Se este grupo cobra 15% de taxa de administração e 1% de fundo de reserva, por exemplo, o valor total seria de R$116 mil…

…e os seus 50.000 corresponderia a 43,1% e não a 50% do valor total.

Tal diferença pode ser decisiva para obtenção ou não da carta de crédito no prazo esperado.

Consórcio x Financiamento

Vamos fazer uma comparação entre duas formas bastante populares de compras de bens: O Consórcio e o Financiamento.

Recebimento do Bem

  • Consórcio: O acesso ao bem dependerá de sua sorte ou de sua força financeira para dar um lance vencedor. Quanto mais tempo demorar para ser contemplado em um consórcio, pior terá sido o negócio para você, pois estará pagando sem ter o bem.
  • Financiamento: Você tem acesso imediato ao bem que comprou (mesmo que ele fique alienado em nome do financiador).

Custo Total

Em termos matemáticos e financeiros, o consorcio é vantajoso para um mesmo prazo de aplicação.

Nos consórcios, diferentemente dos financiamentos, a administradora do grupo contratado não tem que arcar obrigatoriamente com o valor do bem.

Seu papel é reunir vários interessados em adquirir cotas de um consorcio, vinculados a um determinado bem (imóvel, automóvel) ou serviço (escola, reforma, cirurgia plástica). Estes pagarão frações desse bem ou serviço durante vários meses.

Já nos financiamentos, a instituição financeira possui recursos disponíveis, usa esses recursos para pagar à vista a alguém que vende um bem e passa a receber de volta os recursos aos poucos, incluindo um taxa pelo aluguel destes. Quanto maior o prazo, mais juros a instituição ganhará.

Assim, o custo total nos consórcios na maioria dos casos é consideravelmente menor.

Enquanto os juros totais de um financiamento de longo prazo chegar a dobrar ou triplicar, no consórcio raramente ultrapassa a casa dos 30% do valor total da operação.

Porém, como vamos ver nas simulações abaixo, se somarmos o custo de oportunidade nessas operações, veremos que o custo total pode sair bem caro, mesmos nos consórcios.

Outra opção muito popular é comprar apartamento na planta. Caso tenha interesse em saber mais, recomendo que veja este artigo aqui.

Simulações

Para o melhor entendimento dos custos de um consórcio, resolvi fazer 2 simulações de consórcios reais; um de carro e outro de imóvel.

Consórcio de Carros

consorcio contemplado

Simulei um consórcio de uma carta de crédito de um carro no valor de R$40.000.

O prazo é de 80 meses, com prestações médias de R$600,00 por mês.

O custo total para adquirir essa carta de crédito seria de R$48.000,00.

Ou seja, R$8.000 ou 16,7% do valor pago foi em taxas para a administradora do consórcio.

Caso você tivesse investido esses mesmos R$600,00 na Caderneta de Poupança (do qual sabemos não é um bom investimento); ao final dos mesmos 80 meses você teria R$ 56.436,80.

Ou seja, seu custo de oportunidade, por não ter aplicado seu dinheiro durante esse tempo, foi de R$8.436,80.

Assim, ao final desses quase 7 anos, você poderia comprar o seu carro à vista e ainda lhe sobrariam R$16.436,80.

Bem melhor, não é mesmo?

No final das contas, escolhendo pelo consórcio ao invés de aplicar o dinheiro na poupança; você decidiu pagar R$16.436,80 para contar com a sorte de ser contemplado.

Consórcio de Imóveis

casa propria

Com relação ao consórcio de imóveis, simulei um consórcio de uma carta de crédito para uma casa de R$250 mil.

O prazo é 200 meses, com prestações médias mensais de R$1.562,50.

O custo total para adquirir esta carta de crédito seria de R$312.500,00.

Ou seja, R$62.500,00 ou 20% do valor pago foi em taxas para a administradora do consórcio.

Caso você tivesse investido esses mesmos R$1562,50 na Poupança; você teria ao final dos mesmos 200 meses um total de  R$477.186,10.

Ou seja, seu custo de oportunidade por não ter aplicado seu dinheiro na poupança durante esse tempo foi de R$164.686,10.

Assim, ao final desses quase 17 anos, você poderia ter comprar essa mesma casa a vista e ainda sobrariam R$227.186,10.

Ou então, poderia comprar uma casa maior, ou ainda comprar essa mesma casa num tempo muito menor.

No final das contas, escolhendo pelo consórcio ao invés de aplicar o dinheiro na poupança, você decidiu pagar R$227.186,10 para contar com a sorte de ser contemplado.

Vale lembrar que essas prestações  mensais de ambas as simulações são reajustadas com a inflação. Porém, vamos desconsidera-la  para efeitos de cálculo.

De toda forma, considerar a inflação iria apenas aumentar o abismo na comparação.

Analisando os Números…

Analisando as simulações acima é fácil perceber que o consórcio, apesar de não ter juros, possui taxas elevadas.

Isso faz com você pague caro por algo que ainda nem possui…

…afinal você precisa ser contemplado para usufruir do bem e, nesse meio tempo, você pode estar tendo custos com transporte e/ou moradia.

Além disso, tem o custo de oportunidade, muito negligenciado pelas pessoas.

Nas simulações acima, você pode perceber como que o investimento desse dinheiro fez uma grande diferença a favor do seu bolso.

Isso porque a simulação foi feita na poupança que é o pior investimento que existe!

Ou seja, se você aplicasse esse mesmo valor que paga num consórcio em investimentos mais rentáveis…

…você compraria o seu bem em muito menos tempo, ou compraria um bem muito melhor no mesmo tempo.

Consórcio Vale a Pena?

É consenso que é sempre melhor comprar à vista.

Isso, pois além de sair mais barato pela ausência de juros, você ainda deve conseguir um bom desconto.

Entretanto, caso não precise do bem de imediato e não tenha o dinheiro para pagar à vista, consórcio pode ser vantajoso em comparação a um financiamento.

Porém, se pode esperar, porque não investir o dinheiro e comprar à vista?

Com certeza seu bolso sairá ganhando com esta escolha.

 

Portanto, contrariando o senso comum, minha recomendação é que você NÃO tenha um Consórcio ou um Título de Capitalização para te obrigar a poupar dinheiro.

Recomendo que poupe você mesmo! Toda vez que receber seu salário, comprometa-se a se pagar primeiro.

Comprometa-se com seus sonhos e poupe parte do seus ganhos mensais.

Seja seu objetivo comprar um carro novo ou a casa própria, garanto que ao tomar decisões inteligentes sobre seu dinheiro, você estará muito mais próximo de conquistá-lo…

…e por um preço muito mais baixo!

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Até a próxima! =)

André Araújo

Olá! Meu nome é André Araújo e sou o autor deste Blog. Sou engenheiro e educador financeiro. Ajudo escravos do boleto a organizarem suas finanças e alcançar a independência financeira. Ajudo também pessoas que não tem tempo a perder a começarem a investir de maneira descomplicada. Ajudo as pessoas a tomarem decisões mais inteligentes sobre o dinheiro, de forma que possam viver com mais qualidade de vida, cheia de coisas que lhe dão prazer.

Website: http://www.andrearaujo.com.br/

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