Orçamento Doméstico Para Autônomos
No artigo anterior, ensinei como organizar seu orçamento doméstico. Porém, o orçamento doméstico para autônomos é um pouco diferente.
Isso, pois para os milhões de brasileiros que não trabalham de carteira assinada e possuem uma renda variável a cada mês, pode parecer difícil organizar as contas.
Profissionais liberais, autônomos, vendedores, corretores, representantes e empresários veem-se obrigados a lidar com a incerteza do valor a receber todos os meses.
O orçamento doméstico para autônomos é dificultado por esta situação, uma vez que inviabiliza a previsão de verbas para os gastos da família.
Porém, existe um caminho a ser traçado para aqueles que convivem com esta situação e é esse caminho que vou mostrar neste artigo.
Portanto, caso esse seja seu caso, continue lendo que vamos esclarecer como organizar um orçamento doméstico para autônomos, mesmo possuindo uma renda variável ao longo dos meses.
Conteúdo
A Realidade do Profissional Liberal
Uma situação bastante comum de quem possui renda variável é a de quedas bruscas na receita esperada culminarem em dívidas que crescem rapidamente.
Imagine um corretor de moda, cuja renda varia bastante pois depende de comissões resultantes de seu processo de vendas de roupas.
Ele faz um levantamento da sua renda dos últimos 4 meses de trabalho e constata que:
- Mês 1: Renda obtida = R$1.800,00;
- Mês 2: Renda obtida = R$2.500,00;
- Mês 3: Renda obtida = R$3.200,00;
- Mês 4: Renda obtida = R$ 4.000,00.
Obviamente, ele estará feliz e entusiasmado com a evolução do seu desempenho profissional.
Cenário muito parecido de quando temos resultados surpreendentemente bons em nossos investimentos. Temos a sensação que a nossa capacidade de acerto é muito acima da média.
Porém, isso é uma grande armadilha.
Isso, pois se o corretor diante dos bons resultados, decidir adotar um padrão de vida que conte com constantes resultados excelentes, estará aceso o pavio da bomba.
A Armadilha…
Digamos que o cenário mude e que as comissões do 3 meses seguintes sejam estas:
- Mês 5: Renda obtida = R$ 1.800,00;
- Mês 6: Renda obtida = R$ 2.700,00;
- Mês 7: Renda obtida = R$ 3.000,00.
No período, a renda média foi de R$2.700,00. Mas se após o 4º mês de trabalho ele decidiu adotar um orçamento da ordem de, digamos, R$3.200,00; basta um mês ruim para que perca o controle.
Em nosso exemplo, com a queda da renda para R$1800,00, ele tem dificuldade em pagar os R$1400,00 de suas contas.
E o que ele faz? Empurra com a barriga, pois acredita que o próximo mês voltará a ser bom.
Se, no mês seguinte há uma recuperação, mas não o suficiente para pagar as contas do mês mais os atrasados, o problema aumenta.
No exemplo, temos um déficit de R$500,00 no mês, mais os R$1.400,00 atrasados, mais os juros cobrados no empréstimo.
Por mais que sua renda volte aos R$4.000,00 em algum momento, acredito que esteja claro que é difícil corrigir totalmente a situação.
É o chamado “efeito bola de neve”, quando as dívidas entram nesse processo crescente, de difícil correção.
Portanto, o orçamento doméstico para autônomos que recebem uma renda variável deve ser um pouco diferente, de forma a evitar que o profissional perca o controle das suas finanças.
O Orçamento Doméstico Para Autônomos
Para evitar o problema citado anteriormente, o segredo está em entender o risco de sua renda, que está em oscilação. Seja pela sazonalidade nas vendas ou por sua incompetência em vender.
O motivo aqui não nos interessa, afinal estamos tratando da administração das consequências e não das causas.
De todo modo, o entendimento do risco começa pelo mapeamento da situação.
O ideal é que você analise os últimos 12 meses de despesas e descubra 3 coisas simples:
- Qual foi sua renda máxima e quando;
- Qual foi sua renda mínima e quando;
- Qual foi sua renda média no período.
Em nosso exemplo, a renda máxima foi R$4.000,00; a renda mínima foi R$1.800,00; e a renda média foi de R$2700,00 (arredondando o cálculo).
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Mapeamento feito, estaríamos aptos a tomar decisões.
Esses dados são mais do que simples referências, são como limites de suas escolhas.
Caso ainda não tenha esse controle dos últimos 12 meses, o ideal é que você comece o quanto antes e, até lá, adie decisões financeiras importantes, como compra de casa, carro e viagens.
No artigo Como Organizar Seu Orçamento Doméstico eu mostrei como fazê-lo.
O Padrão de Vida…
Uma vez que nossa renda média do exemplo foi de R$2700,00, você poderia pensar que este é o limite que devemos adotar para nosso padrão de vida, certo?
Errado.
Um assalariado que têm uma renda dessa todos os meses pode adotar um padrão de vida neste nível.
Porém, se a única certeza que você tem é uma renda no patamar de R$1800,00, este deve ser seu limite para as escolhas essenciais de seu padrão de vida.
A renda média, ou os R$2700,00 mensais, é a referência que você adotará para seu orçamento amplo, incluindo gastos com lazer e qualidade de vida, além dos investimentos para sua aposentadoria.
Regras Fundamentais
O orçamento doméstico para autônomos deve seguir algumas regras fundamentais. São elas:
1. Conheça sua Sazonalidade: Adote o hábito de mapear a evolução de sua renda ao longo de vários meses e identificar antecipadamente os meses de melhor e pior desempenho histórico da sua renda;
2. Enxugue os Grandes Gastos: Sua única certeza é a sua renda mínima dos últimos 12 meses. Logo, adote um padrão de vida cujos gastos estruturais tenham como limite este mínimo. Todos os compromissos parcelados, somados, não podem ultrapassar este valor.
Este item é sempre visto como uma má notícia.
Afinal, em geral, essa recomendação exige que muitas famílias tenham que reduzir o padrão de vida que tem hoje.
Em outras palavras, a família deve aceitar desfrutar de uma casa menor; um carro menor, uma moda mais econômica e hábitos e vida mais simples.
3. Garanta o bem-estar, na média: Após identificar sua renda média dos últimos 12 meses, saiba que ela será sua referência nas escolhas que envolvem a poupança para o futuro e gastos com lazer, diversão, qualidade de vida e conforto da família. Deve-se ter consciência que nos meses em que a renda cair abaixo da média, será necessário abrir mão destes itens do orçamento. Da mesma forma, quando a renda voltar a superar a média, pode-se fazer a compensação, sobretudo no item poupança para o futuro.
Considerações Finais
É importante perceber a diferença na vida de um profissional com rendimentos estáveis de outro com variáveis:
Enquanto o primeiro pode adotar um padrão de consumo mais previsível, com uma estrutura de vida mais cara, o profissional com rendimentos variáveis não tem muita margem para sair da linha.
Em contrapartida, o profissional com rendimentos variáveis deve restringir os gastos com a estrutura de vida percebida pelos outros, com a compensação de contar com momentos fora do padrão mais frequentes. Sua casa pode ser mais barata que a do vizinho assalariado que têm a mesma média salarial, mas seus hábitos de férias podem ser bem mais luxuosos.
Com equilíbrio e bom senso no uso, seu dinheiro não faltará.
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Um grande abraço e até a próxima! =)
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